sábado, 6 de agosto de 2011

LIVRO 3ª parte


V

Desejos de minha mãe

A antítese de estar com minha mãe era elevada, viver com aquela senhora não era coisa para qualquer indivíduo, parecia ler mentes, era sua especialidade, quando pequeno lembro-me de uma manhã que quebrei, sem a minha intenção, sua porcelana italiana, era uma relíquia de família pertencia a minha bisavó, cujo nome não me lembro, ou na verdade eu não sei, não lembrar é momentâneo, não saber é não possuir o conhecimento de determinada questão, e o nome da minha querida e saudosa bisavó eu realmente não sei, o fato é que minha doce mãe ao me ver naquela manhã, voltando da casa de sua amiga Joana, só faltou me arrancar os olhos, e por Deus ainda estava no corredor que levava à porta de entrada da minha casa. Quando me levantei do chão e fui em direção a ela, já ouvi um:
- O que você fez menino?
Meu olhar deve ter me condenado, ele me traiu e disse a minha mãe, não apanhei aquele dia, mas até hoje me pergunto o porquê, ela deve ter pensado em não fazer isso para não me matar, de fato por muitas vezes vi o olhar de minha mãe a me desaprovar, me negar, por vezes sentia que ela tinha vontade de me apagar da sua vida, porém, os desejos de minha mãe sempre foram os de me ver tornar-se homem verdadeiro, honesto e vitorioso, pena que vejo isso tão tarde.
Minhas semelhanças a Santiago também se fazia na pessoa materna, tanto a minha quanto a dele D. Maria da Glória Fernandes Santiago, eram viúvas, a dele do senhor Pedro de Albuquerque Santiago. Meu nobre amigo Bento Santiago mau se lembra da feição do pai, assim como eu, minha mãe D. Mônica Pádua Campo Novo ficou viúva muito cedo, fiquei órfão de pai aos meus cinco anos, senhor Otelo Campo Novo morreu na Guerra do Paraguai, D. Mônica nunca me disse como ou porque, mas provavelmente para me poupar de imaginar a cena, cabe agora dizer meu nome, recebi-o em homenagem a meu pai, Otelo Pádua Campo Novo.